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Com a saída do professor Paulo Rômulo de Oliveira Frota da UNESC, o Grupo de Pesquisa passa a ter esta nova configuração.

segunda-feira, dezembro 27, 2010

O sentido de aprender, está no prazer de ensinar!

Por Luciane de Oliveira Silva

Em toda parte se ouve os professores dizerem: “os alunos não tem interesse em aprender o que queremos ensinar”. Quando nos deparamos com isso concluímos que ele não tem interesse em compreender e aprender. Também muitas vezes achamos que a própria condição de trabalho na escola desestimula isso. Então, ainda nos cabe a pergunta: o que podemos fazer diante desse quadro de modo que os alunos dediquem esforço e atenção necessários para a aprendizagem?
Refletir questões como essa, resulta no reconhecimento do real papel do educador como agente ativador da motivação e interesse em aprender. Motivar para a aprendizagem, porém, não é uma tarefa fácil. Em primeiro lugar, o aluno, como ser humano, se move por diversos motivos e emprega energia diferencial nas tarefas que realiza. Isso dificulta a concentração e a reflexão pessoal sobre a conduta humana. Em segundo lugar, motivar para aprender implica lançar mão de recursos não exclusivamente pontuais que obedeçam apenas um determinado momento. O professor precisa utilizar recursos do momento que sirvam de motivação, interagindo com qualidade o aluno em seu conhecimento. Em terceiro lugar, podemos dizer que a motivação é algo complexo, processual e contextual. A motivação está inserida no significado que isso tem para o aluno.
Ao observar o comportamento e reações dos alunos durante as atividades propostas é possível identificar seus deferentes objetivos.

Em alguns casos, o mais importante para ele é aprender algo que faça sentido, possibilitando-o descobrir, por trás das palavras, novos significados e habilidades, buscar explicação para um problema relativo a um tema que se deseja compreender, etc. Sempre buscando satisfazer seus interesses, logo, chegando a sua realização.

Em outros casos, a principal preocupação do aluno é não ser sair mal na frente dos colegas ou ainda para ter a atenção de seus professores e pais, e acaba não questionando ou solucionando suas dúvidas pelo medo de ser caçoado, preservando a própria imagem. Levar em consideração a imagem e a “nota” é um fator prejudicial, pois gera uma aprendizagem mecânica, sem sentido real. É comum, principalmente na adolescência, de acordo com Tapia e Fita (1999, p.20), ouvir os alunos com [...] a preocupação em agir com autonomia, fazendo as coisas porque se quer ou aceita de bom grado fazê-las, e não porque se é obrigado. É o caso do aluno que se pergunta: “Por que têm de me obrigar a estudar isso que não me interessa?”
Neste contexto, compreende-se que se o aluno realizar as atividades escolares movidos por algum objetivo particular, isso origina a motivação resultando em uma aprendizagem mais significativa.
Na realidade, as atuais possibilidades de se motivar os alunos são poucas, pois na rede de ensino tudo lhe é imposto, desde professores, colegas, currículo, atividades, programas, avaliações, etc. No entanto, ainda é na escola que ocorrem as oportunidades de desenvolvimento de certas habilidades pessoais, principalmente na adolescência quando a preocupação com a autonomia pessoal se acentua. É neste espaço que alguns alunos descobrem sua autonomia e se veem favorecidos por ela, pois observam oportunidades de opções e alternativas, aprendem a selecionar o grau de relevância de seus próprios objetivos, estudando com motivação, tomando assim consciência do real sentido de aprender.
O aluno depende de sua auto-estima, se optem maus resultados acaba concluindo que não consegue aprender tal matéria, deixam de se esforçar e perdem totalmente o interesse diminuindo a auto-estima, assim podemos considerar que a avaliação gera insegurança e tensão nos alunos. A avaliação pode afetar de modo positivo ou negativo a motivação, então é necessário que as atividades utilizadas para avaliação sejam bem preparadas e organizadas, sendo importante evitar comparações entre as notas alcançadas entre os alunos.
É interessante que ao iniciar uma aula o professor gere condições necessárias para motivar seus alunos a aprender, e despertar a atenção e interesse compreendendo a relevância do que vão aprender. Deve saber selecionar e classificar a importância dos conteúdos a serem trabalhados, e dessa maneira, partir do conhecimento prévio do aluno e variar as atividades de forma organizada e sistemática, para despertar interesse a curiosidade do grupo envolvido.
A motivação não depende apenas do aluno ou do professor, mas sim de um contexto, pois é um conjunto de variáveis que ativam a conduta e a orientam em determinado sentido para alcançar um objetivo, por isso a necessidade de se avaliar a metodologia aplicada ao ensino, sendo que ela é responsável pelo método gerador da construção do conhecimento. É fundamental que exista uma relação de respeito e interação entre aluno x aluno, aluno x professor, e até mesmo entre professor x professor para que haja um aprendizado interdisciplinar.
Se um professor não se sente motivado em sua profissão, é muito difícil que ele seja capaz de entusiasmar seus alunos. Tapia & Fita (1999, p.66), complementam que “a motivação é um dos temas chave para que possamos alcançar os objetivos que nos propomos, isto é, que os alunos aprendam e desenvolvam ao máximo suas capacidades em todos os âmbitos”. É extremamente importante conhecer profundamente o conteúdo que se vai trabalhar, selecionar os itens que possam interessar aos alunos, cercando-os de conceitos, procedimentos e atividades, para que a comunicação em sala de aula ocorra de maneira motivada e estimulante e possibilite a construção do conhecimento.
Dessa forma, para instigar o raciocínio dos alunos de acordo com Tapia & Fita (1999, p.100) é importante trabalhar os aspectos relacionados à lógica das diferentes matérias, a formulação de perguntas detalhadas “[...] a capacidade de analisar as novas informações e a realização de novas sínteses”. Torna-se necessário adotar métodos sistemáticos e organizados para possibilitar ao aluno o raciocínio.
O professor precisa atualizar seu currículo, participando de cursos de aperfeiçoamento, palestras, debates, ampliando a formação necessária para que seja capaz de motivar os alunos. É fundamental que os governantes invistam na formação profissional do professor, garantindo motivação ao grupo e novas perspectivas e melhorias para a educação.
O trabalho do professor precisa fundamentar-se no incentivo, ampliando o sentido de aprender, no prazer de ensinar!!!

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