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Com a saída do professor Paulo Rômulo de Oliveira Frota da UNESC, o Grupo de Pesquisa passa a ter esta nova configuração.

segunda-feira, outubro 04, 2010

IV Colóquio de Educação Ambiental - Balneário Camburiú/SC 23 a 26/09/2010

AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA E.E.B. CORONEL MARCOS ROVARIS

SILVA, L. O. ; OLIVEIRA, M. M. ; FROTA P. R. O.

Mestrado em Educação - UNESC - Criciúma/SC



Linha Temática: Formação em Educação Ambiental formal e não formal; Educação Ambiental em comunidades e movimentos sociais.

Palavras chave: Educação, Ensino de Ciências; Qualidade de Vida;

RESUMO

INTRODUÇÃO - A iniciativa de produções sobre educação ambiental, principalmente nas escolas, nasce da necessidade de reflexão sobre as práticas sociais, em um contexto real marcado pela degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema. Assim, essa realidade ambiental configura-se crescentemente envolvendo o universo educativo, potencializando o engajamento dos diversos sistemas de conhecimento e a capacitação de profissionais numa perspectiva interdisciplinar. Teixeira, no entanto, diz que percebeu que [...] Educação Ambiental (EA) é muito mais do que trabalhar Ecologia, Biologia ou enfocar apenas “catástrofes” ambientais pré-determinadas. Questões sociais, políticas, culturais, econômicas e pessoais fazem parte, ou pelos menos seria coerente se fizessem, do “currículo” da EA. (TEIXEIRA, 2000, p 71). Nesse sentido, a produção de conhecimento deve necessariamente contemplar as inter-relações do meio natural com o social, incluindo projetos que desenvolvam consciência ambiental e hábitos ambientalmente corretos, garantindo assim a qualidade de vida e consequentemente a saúde da população. Com o propósito de conhecer a realidade geral da escola e do ensino de ciências, considerando aspectos relevantes sobre educação ambiental e educação para saúde, foi realizada uma pesquisa com 51 alunos de faixa etária entre 11 a 13 anos, da 5ª e 6ª série do ensino fundamental da Escola Estadual de Ensino Básico Coronel Marcos Rovaris, localizada no bairro Pinheirinho, do município de Criciúma/SC, quanto aos seus conhecimentos sobre os assuntos de Educação Ambiental: educação para a saúde e qualidade de vida. A maioria dos alunos era de família carente e na maior parte do tempo ficavam longe de casa. Dessa foram, outros objetivos também foram destacados, entre eles: identificar os conceitos dos alunos quanto ao meio ambiente e educação ambiental; quais as sugestões dos alunos quanto à melhor maneira de compreensão nas aulas de ciências; quais as dificuldades encontradas pelos alunos e professores no ambiente escolar; e quais a infra-estrutura da escola e os recursos tecnológicos por ela disponíveis; avaliar as concepções de saúde e higiene pelos alunos. MATERIAIS E MÉTODOS – Este estudo tem como modelo uma pesquisa participante – modalidade de pesquisa ação que se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. Da interação entre pesquisadores e os alunos resultou um rol de problemas a serem pesquisados e das soluções a serem encaminhadas como forma de ação concreta, dentre elas: amostras de cartazes conscientizantes elaborados, montagem e apresentação de teatro de fantoches, medida da qualidade da água potável da escola, com o intuito de provocar no grupo de alunos formas intervencionais de motivação da Educação ambiental na escola. Como instrumento de para coleta de dados, foram feitas reuniões do grupo para a coleta dos problemas e sugestões, sendo que, as informações foram sistematizadas e analisadas para posterior utilização. Nas reuniões do grupo, inicialmente observou-se pouco interesse e participação por parte dos alunos, mas a partir dos trabalhos pode-se perceber o interesse e empolgação surgindo gradativamente. Por serem carentes apresentaram-se muito apegados aos pesquisadores e percebeu-se que precisavam de carinho como um estímulo a sua inteligência para sentirem-se motivados. Esse interesse em motivá-los algumas vezes passa desapercebido por parte dos professores e da própria instituição escolar, que por força do hábito esquece por vezes da história de vida do aluno. Em relação a isso, KOHLRAUSCH, (1997, p 64) explica que “[...] existe uma estratégia, não percebo nada, que é aquela onde o aluno declara-se incompetente e incapaz perante o trabalho a fazer”. RESULTADOS E DISCUSSÕES - Por meio dos questionários, observou-se uma falta de conhecimento em relação ao tema, sendo que percebeu-se na maioria dos alunos, constrangimento e semelhanças nas respostas. Na questão sobre saúde os alunos destacaram que para ser saudável necessitamos de alimentação sadia, exercícios físicos e felicidade. Quando perguntamos sobre quais as ações mais prejudiciais à saúde, foram destacados, a drogas (álcool, cigarro e drogas ilícitas), a automedicação e as dietas não acompanhadas por um especialista, aliado ao nervosismo (stress). Nas questões relacionadas ao meio ambiente os alunos envolvidos no projeto demonstraram preocupação e citaram maneiras de diminuir os problemas ambientais, mais de forma simples, como a coleta seletiva, e preservação do meio ambiente em vários aspectos. Considerando as respostas dos alunos, entendemos que é necessário capacitá-los na questão de qualidade de vida, ampliando seus conhecimentos quanto à saúde e educação ambiental. KOHLRAUSCH (1997, p 78) discorre que “[...] os conceitos previstos foram abordados de forma interativa, sempre partindo de situações problema, para então construir as explicações teóricas”. Dessa forma, iniciaram-se as ações do projeto, sendo que inicialmente foi fornecido aos alunos papel pardo e lápis de cor para que demonstrassem através de desenhos o que sabiam sobre o tema qualidade de vida. Segundo OLIVEIRA (1997, p11) “[..] cada aluno é constituído por sua cultura, por suas experiências – relacionadas à sua maneira de perceber, vivenciar e interpretar o mundo que conhece”. Em seguida, cada aluno colou aleatoriamente em uma “Pirâmide Alimentar” os alimentos em ordem de importância nutricional. Após foi preparado um “piquenique” com alimentos naturais e saudáveis com a finalidade de enfatizarmos a importância da dieta alimentar e hábitos de alimentação saudáveis. Foi apresentado aos alunos, também, uma peça teatral de fantoches, com uma história criada exclusivamente para este projeto e alusiva ao tema Higiene Pessoal. Ao tratar de cuidados com o meio ambiente, procurou-se destacar a qualidade da água, visto que esta é uma das maiores fontes disseminadoras de doenças que podem acometer o ser humano. Assim, por meio de experimentos simples, como o da cultura de bactérias, os alunos puderam observar os processos químicos e físicos de purificação das águas, realizaram testes qualitativos da qualidade da água e ter uma noção de como isto funciona em uma estação de tratamento de águas. Durante todo o projeto, os alunos receberam orientações sobre os benefícios do esporte e de uma vida saudável, regrada por bons hábitos e exercícios físicos para evitar além da obesidade o sedentarismo. Finalizando as atividades foi realizada uma gincana com toda a escola priorizado assuntos gerais de qualidade de vida e educação ambiental para os resultados do projeto. Percebemos ao finalizar esta etapa que os alunos tinham muito potencial de crescimento em relação aos temas abordados, mas, precisa ser garimpado e muito bem lapidado para que isso tudo se mostre em resultados positivos, do contrário, restam as cenas que por vezes vimos de meninas e meninos ali presos por terem que estar ali, sem ânimo algum para participarem ativamente em propostas como estas. Finalizando-se chegou-se ao consenso que, educar não é somente o ato de repassar conhecimentos, é saber traduzir os conhecimentos para a linguagem dos alunos e também partilhar um pouco do lado afetivo do ser humano, conseguindo com isso a compreensão e o respeito de quem quer ser respeitado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - KOHLRAUSCH, Adriana Barzotti. Aprendiz de professora I: observando aulas de Biologia. In: OLIVEIRA, Daisy Lara de (org). Ciências nas salas de aula. Porto Alegre: Mediação, 1997; KOHLRAUSCH, Adriana Barzotti. Aprendiz de professora II: experiências em sala de aula. In: OLIVEIRA, Daisy Lara de (org). Ciências nas salas de aula. Porto Alegre: Mediação, 1997; OLIVEIRA, Daisy Lara de. Considerações sobre o ensino de Ciências. In: OLIVEIRA, Daisy Lara de. (Org). Ciências nas salas de aula. Porto Alegre: Mediação, 1997; OLIVEIRA, Daisy Lara de (org). Repensando o ensino de ciências a partir de novas histórias da ciência. In: OLIVEIRA, Daisy Lara de. (Org). Ciências nas salas de aula. Porto Alegre: Mediação, 1997; TEIXEIRA, Eduardo Cardos. Problematizando a educação ambiental. In: SANTOS, Luis Henrique Sacchi dos. (org). Biologia dentro e fora da escola. Porto Alegre: UFGS, 2000.

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